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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

"O Pequeno Inventor" no JI de Oliveira de Baixo

No âmbito da Semana da Cultura Científica, as crianças da educação pré-escolar de Oliveira de Baixo foram à biblioteca ouvir a história “O pequeno Inventor”, da autoria do escritor coreano Hyun Duk.

Noma era um menino que desejava construir um comboio. Arranjou uma caixa de cartão, cola e uma tesoura e começou a sua construção.

Sempre que lhe surgia uma dúvida perguntava à mãe “Quantas rodas tem um comboio?”, “Quantas carruagens…. Mas a mãe não sabia tudo sobre comboios, então o menino decidiu consultar o Livro dos Comboios e terminar o seu projeto.

No final Noma sentia-se um verdadeiro inventor!

Ao longo da história, as crianças mostraram-se muito atentas e demonstraram curiosidade, pois, quando no final, a professora Maria João Gonçalves lhes apresentou um comboio construído com materiais reciclados, aperceberam-se de imediato que o comboio ainda estava incompleto.

Foram desafiados a construir o seu próprio comboio com a colaboração da família.

Então estes pequenos inventores meteram mãos à obra e responderam ao desafio. Os trabalhos de grande qualidade foram a cereja no topo do bolo.

Muitas vezes as histórias permitem-nos sonhar e dar asas à nossa imaginação e quem sabe se um dia viajaremos num comboio construído pelas nossas crianças…

Parabéns a todos os envolvidos e boas leituras!

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

São Martinho


Para saberes mais sobre a lenda de São Martinho deixamos-te uma reportagem da Visão Júnior que poderás consultar clicando na imagem.



Estás curioso para saber porque comemos castanhas no dia de São Martinho? Se sim, clica no link que se segue e lê a reportagem da Visão Júnior.

https://visao.sapo.pt/visaojunior/2019-11-07-porque-comemos-castanhas-no-sao-martinho/



            Provérbios de São Martinho

Na tradição oral, os portugueses utilizam muitos provérbios para se referir a efemérides. Provavelmente já ouviram os vossos avós, pais, tios, entre outros a utilizá-los de forma frequente. Tal como não podia falhar também o Dia de São Martinho não é exceção. Assim, selecionámos alguns provérbios relacionados com esta festividade.

- Verão de São Martinho são três dias e mais um bocadinho.

- Pelo São Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.

- Por São Martinho, semeia fava e o linho.

- Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo São Martinho.

- A castanha é de quem a come e não de quem a apanha.

- O ouriço abriu, a castanha caiu. 


Para assinalar este Dia de São Martinho, a Biblioteca Escolar desafia-te a decorares castanhas. Tira uma fotografia e envia-nos via email (bibliotecasescolares@aeviseunorte.pt) para partilharmos a mesma no nosso blogue. Seguem algumas fotografias de castanhas que te poderão inspirar. 




Feliz Dia de São Martinho e boas leituras!


sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Para finalizarmos a semana, deixamos vários excertos de intervenções de Mia Couto que nasceu na Beira, Moçambique, em 1955.

Foi jornalista e professor, e é, atualmente, biólogo e escritor. Recebeu vários prémios e distinções dos quais destacamos o Prémio Eduardo Lourenço, que se destina a premiar o forte contributo de Mia Couto para o desenvolvimento da língua portuguesa.


Agora é preciso coragem para ter esperança

"Estamos tão entretidos em sobreviver que nos consumimos no presente imediato. Para uma grande maioria, o porvir tornou-se um luxo. Fazer planos a longo prazo é uma ousadia a que a grande maioria foi perdendo direito. Fomos exilados não de um lugar. Fomos exilados da atualidade. E por inerência, fomos expulsos do futuro. Esta é a condição não apenas de milhões de pessoas, mas de muitos países do nosso continente e do mundo inteiro. O amanhã tornou-se demasiado longe. Mais do que longínquo, tornou-se improvável. Mais do que improvável, tornou-se impensável. (…)

Agora é preciso coragem para ter esperança. Antes nós sonhamos uma pátria porque éramos sonhados por essa mesma pátria. Agora, queremos pedir a essa grande mãe que nos devolva a esperança. (…) O que significa que precisamos de recomeçar sempre e sempre. Há que inventar uma outra narrativa, viver uma outra crença. A verdade é esta: somos nós que temos de ir dando à luz uma mãe. Só somos parentes, pátria e cidadão, numa relação alimentada grão a grão, gota a gota. (…)

Uma grande potência não começa nos recursos naturais. Começa nas pessoas e na capacidade de essas pessoas serem produtoras de felicidade.”

Mia Couto


Boas leituras!


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Inseridas no bem-estar ocupacional, emocional, físico, espiritual, intelectual e social, as sugestões de hoje levam-nos a viajar por um mundo que para muitos é totalmente desconhecido.

 A primeira sugestão é de um livro que nos conta a história de James Doty, um professor catedrático de Neurocirurgia na Universidade de Stanford, que “Certo dia, quando tinha doze anos, entrou numa velha loja de magia. Queria comprar um polegar de plástico, para ensaiar um número. A senhora por trás do balcão simpatizou com aquele miúdo franzino. E propôs ensinar-lhe a verdadeira magia. Não os truques de circo, mas sim a capacidade de olhar para dentro e perceber a linguagem do coração...

O miúdo aceitou. Durante seis semanas, todos os dias, ia religiosamente bater-lhe à porta. E todos os dias aprendia uma nova lição. Estávamos em 1968. Pouco se falava de meditação ou mindfullness, pensamento positivo ou visualizações. Mas era essa “magia” que o rapaz de 12 anos tinha começado a aprender.”

 

“...Hoje a minha testa está fria e a minha visão é nítida. A minha pulsação está calma e regular. A experiência faz a diferença e na minha sala de operações não sou um ditador nem uma prima donna agressiva. Cada membro da equipa é valioso e necessário. Cada um está focado na sua tarefa. O anestesista controla a pressão sanguínea da criança e o oxigénio, o seu nível de consciência e o ritmo cardíaco. A enfermeira instrumentista verifica constantemente os instrumentos e materiais, assegurando-se de que tudo o que é necessário fica à mão. (…)

O cirurgião que me assiste é um residente sénior em formação e é novo na equipa, mas está tão focado nos vasos sanguíneos, no tecido cerebral e nos pormenores da remoção deste tumor como eu. Não podemos pensar nos nossos planos para o dia seguinte, na política hospitalar, nos nossos filhos ou em algum problema no nosso relacionamento em casa. É uma forma de hipervigilância, de concentração em determinado ponto, quase meditação. Treinamos a mente e esta treina o corpo. Quando se tem uma boa equipa, o ritmo e a fluidez são espantosos – todos estão sincronizados. As nossas mentes e corpos trabalham em conjunto como uma inteligência coordenada.

Estou a remover a última porção de tumor, que está presa a uma das principais veias drenantes, nas profundezas do cérebro. O sistema nervoso da fossa posterior é incrivelmente complexo e o meu assistente está a aspirar os fluidos, enquanto eu removo o resto do tumor. Por um segundo, ele deixa a sua atenção vaguear e, nesse preciso instante, a sucção rasga a veia. Por um brevíssimo momento, tudo para.

De repente, instala-se o caos.

O sangue da veia rasgada enche a cavidade da ressecção e o sangue começa a escorrer da abertura na cabeça do menino. O anestesista começa a gritar que a pressão sanguínea da criança está a cair rapidamente e que não consegue acompanhar a perda de sangue. Preciso de prender a veia e estancar a hemorragia, mas ela escondeu-se numa poça de sangue e não consigo encontrá-la. Por si só, a minha sucção não consegue controlar o sangramento e a mão do meu assistente está a tremer demasiado para poder ser uma ajuda.

- Está em paragem total! – grita o anestesista. Tem de se arrastar por baixo da mesa, porque a cabeça do rapazinho está presa na armação própria, pronta, a parte de trás aberta. O anestesista começa a comprimir o peito da criança enquanto coloca a outra mão nas suas costas, tentando desesperadamente que o coração volte a bater. Os fluídos são despejados para as intravenosas. A principal e mais importante tarefa do coração é bombear sangue e esta bomba mágica que torna tudo possível no corpo que parou. (…)

O cérebro consome 15 por cento do fluxo do coração e, depois de este parar, só consegue sobreviver alguns minutos. Precisa de sangue e, mais importante, do oxigénio que nele se encontra. Estamos a ficar sem tempo antes que o cérebro morra – o cérebro e o coração precisam um do outro.

Tento freneticamente agarrar a veia, mas não há forma de a encontrar no meio de todo aquele sangue. (…)

Tal como eu, a equipa sabe que estamos a ficar sem tempo. O anestesista levanta os olhos para mim e vejo-lhe uma expressão de medo... Podemos perder esta criança. (…)

Estou a trabalhar às cegas e então abro o coração a uma possibilidade para lá da razão e começo a fazer o que aprendi há décadas, não no internato, não na faculdade, mas no quarto  traseiro de uma pequena loja de magia, no deserto da Califórnia.

Acalmo a mente.

Relaxo o corpo.

Visualizo a veia recolhida. Vejo-a com o olho da mente, oculta no percurso neurovascular do rapazinho. Prossigo sem ver, mas sabendo que esta vida tem mais do que conseguimos vislumbrar e que cada um de nós é capaz de fazer coisas extraordinárias, que nunca pensaríamos ser possível. Controlamos os nossos destinos e não posso aceitar que este menino de quatro anos esteja destinado a morrer hoje, na mesa de operações.

Debruço-me sobre a poça de sangue com o grampo aberto, prendo-o e, lentamente, afasto a mão.

A hemorragia para e, de repente, como se viesse de muito longe, ouço o bip do monitor cardíaco. A princípio é fraco, irregular. Mas depressa se vai tornando forte e constante, como qualquer coração quando começa a regressar à vida. 

Sinto o meu próprio ritmo cardíaco a acompanhar o do monitor.”    

James R. Doty, em Dentro da Loja Mágica – Um neurocirurgião à descoberta dos caminhos secretos para a alma

 

E por último, seguem dois vídeos para descobrirem mais sobre esta temática. 




 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Por estar tão em voga hoje em dia, as nossas sugestões são dedicadas à inteligência emocional, um dos fatores mais determinantes para conseguirmos atingir o sucesso profissional e pessoal.

 

“Se pararmos para pensar um pouco, a expressão “inteligência emocional” assemelha-se a um paradoxo, visto que parece não fazer muito sentido utilizar a conjugação destas duas palavras, “inteligência” e “emocional”.

Em primeiro lugar, porque normalmente caracterizamos as pessoas mais inteligentes como mais “frias”, racionais, lógicas e pouco emotivas. Assim, num ápice, facilmente me vem à memória a personagem Spock. Se não conheces, Spock é uma personagem que apareceu numa série de ficção científica de sucesso: Star Trek. Nesta série, Spock serve a bordo da nave espacial USS Enterprise, como oficial de ciências e primeiro-oficial. É uma personagem meio terrestre e meio extraterrestre, oriunda do planeta Vulcano, que personifica o raciocínio lógico próprio do seu lado Vulcano dominante, não manifestando quaisquer emoções, embora, num ou noutro episódio, o seu lado humano o faça sentir emoções e agir de forma mais irracional. Então, se quando sentimos emoções, ficamos irracionais, como é possível sermos inteligentes simultaneamente? Em segundo lugar, porque já todos fizemos impensáveis e dissemos coisas que nunca imaginámos poder dizer e que magoaram pessoas à nossa volta, pessoas de quem gostamos. E porquê? Porque estávamos “alterados emocionalmente”, porque estávamos com as “emoções à flor da pele”, porque foi no “calor da emoção”. Logo, mais uma prova de que tudo o que tem emoção parece não ter nada de racional. Por último, as emoções também são uma coisa primitiva (e não só), que herdámos dos nossos ancestrais. A nossa arquitetura biológica está desenhada para fazer funcionar aquilo que tem resultado melhor nas últimas gerações. É uma constante evolução adaptativa. O problema é que só há poucas gerações (na ótica do calendário evolutivo) é que as coisas mudaram de forma disruptiva, e as necessidades de hoje não são as mesmas de há 250.000 anos. Mas o nosso cérebro ainda é influenciado exageradamente por aquilo que funcionou melhor nas últimas gerações. Por isso, quando estamos alterados emocionalmente, as nossas respostas são mais primitivas e fortes e podemos dividi-las em três reações: fugir, lutar ou congelar.

Mais uma vez, as emoções parecem não ter nada de inteligente.

Analisando estes três exemplos, percebermos que realmente não parece ter muito sentido utilizar a expressão “inteligência emocional”, que mais parece um paradoxo. Mas é neste paradoxo que encontramos a necessidade de treinar a nossa inteligência emocional.

A inteligência emocional é a base do desenvolvimento pessoal. São as nossas emoções que controlam as nossas decisões e são as nossas decisões que definem o resultado da nossa vida. Este é um facto, uma verdade incontestável. Então, se são as emoções que definem como vai ser a nossa vida, precisamos de ganhar ferramentas para as trabalharmos.”

   Paulo Moreira, em Inteligência Emocional – uma abordagem prática. 

 

Queres saber como desenvolver a Inteligência Emocional? Vê o vídeo que se segue: 




Boas leituras!

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Inseridas no bem-estar emocional, hoje, as leituras são dedicadas à felicidade.

Será a felicidade igual para todos?

Seremos todos felizes com o mesmo? 

Conseguiremos alcançar a felicidade da mesma forma?

 

“Pronto. Eu respondi a todas as tuas questões, e a minha vida para ti não tem segredos. Tu conheces a minha história de amor. E todas estas pessoas que não cessam de percorrer o meu coração pela noite. Sim, eu sou muito rica, como tu dizes. Rica pelo que eu vivi, rica pelo amor que eu conheci, rica por também te ter, tu, minha neta querida e a minha melhor amiga. O que é a felicidade, perguntas-me tu? Eu não sei. Nunca me pus a questão. Mas de uma coisa tenho a certeza: eu conheci-a. Ou mais exatamente, eu vivi momentos de felicidade. Para mim, a felicidade não é qualquer coisa de abstrato, mas a acumulação de momentos felizes que a vida me reservou e me restará, inumeráveis. A questão é de não os deixar cair, e vivê-los plenamente. Quando revi o teu avô Jing-Ming, fiquei feliz; quando soube que estava grávida, fiquei feliz; quando soube que estava grávida, fiquei feliz; quando saboreava as massas de arroz da tia Liu, ficava feliz; quando a tua mãe nasceu, fiquei feliz: quando vi os seus primeiros dentes, fiquei feliz; quando a via grande, bela e alegre, ficava feliz; quando preparei a refeição de núpcias no dia do seu casamento, fiquei feliz; quando ouvia a ópera Gui, ficava feliz; quando encontrava uma bela frase na minha leitura, ficava feliz; quando regressava a casa, após um dia de trabalho, ficava feliz; quando entrei, pela primeira vez na vida, numa sala de cinema, fiquei feliz; quando tomei conhecimento do nascimento de Ming-Ming, fiquei feliz; quando beijei as tuas pequenas bochechas rosadas de bebé, fiquei feliz; quando trouxeste o teu pai a casa, fiquei feliz; quando o teu sonho de seres médica se tornou realidade, fiquei feliz; quando passeávamos pelo caminho à beira do lago e no Jardim das Plantas Medicinais, ficava feliz; quando, finalmente, tivemos notícias do teu irmão, fiquei feliz; quando recebi a carta do teu avô, fiquei feliz… São estes momentos luminosos e tantos outros, às vezes muito breves, mas sempre tão reais, tão palpáveis e tão essenciais como o sal e o arroz, que adoçaram os rudes golpes do destino e que me fizeram sentir que, apesar de tudo, a vida vale a pena ser vivida…”

Wei-Wei, em a cor da felicidade. 

 

Porque rir é também uma forma de felicidade, decidimos partilhar com os mais pequenos o poema “Tudo ao contrário”, do livro Poemas da Mentira e da Verdade, de Luísa Ducla Soares.




segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Subordinado ao tema “Descobrir caminhos para a saúde e o bem-estar”, o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares será assinalado de forma mais continuada durante esta semana (26 a 30 de outubro). Baseando-se no Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 3 da Agenda 2030 da ONU: Saúde de qualidade, a Biblioteca Escolar pretende ajudar a promover a saúde e o bem-estar ocupacional, emocional, físico, espiritual, intelectual e social da nossa comunidade escolar. Desta forma, serão partilhados diariamente, no Blogue das nossas Bibliotecas, pequenos excertos, vídeos e outros recursos que nos permitam trabalhar o tema promovendo a saúde e o bem-estar. 

Sabendo que a alimentação é essencial para o nosso bem-estar físico e consequentemente intelectual e emocional, hoje, a Biblioteca Escolar sugere-te algumas leituras relacionadas com a alimentação. 


“COMPORTAMENTOS ALIMENTARES

 Para cada um de nós, comer é o ato mais banal que existe. Porém, o facto de comer isto ou aquilo, preparado daquela maneira ou daquela outra, com este ou aquele acompanhamento; o facto de considerar que isto é comestível, que isto é bom e que aquilo é mau, define-nos mais do que qualquer outra coisa. Define-nos enquanto seres vivos, mamíferos omnívoros, seres humanos, pertencentes a uma determinada época, cultura, categoria social, família, e, ao fim ao cabo, define-nos como indivíduos singulares, únicos. 


COMER  

Comer, para qualquer ser vivo, é uma necessidade vital e irreprimível. Uma força interna, um impulso vital impelem-nos a comer sem que nada possamos fazer contra isso. “Barriga esfomeada não tem ouvidos”: é uma força que nos transcende e através da qual o nosso organismo reclama a energia e os nutrientes de que é incapaz de sintetizar.”


“O SIMBOLISMO ALIMENTAR

Grande é a riqueza simbólica da toma alimentar como o prova a infinidade de locuções cobrindo quase todo o leque de emoções e comportamentos humanos. Assim podemos «aguçar o dente», «ter a barriga a dar horas», «uma fome de lobo», «comer como um passarinho», e também sabemos que «se come com os olhos», «rumina-se os pensamentos», «come-se o pão que o diabo amassou», e «engolem-se sapos».”

Gérard Apfeldorfer, em Como logo existo. 

 

Para os mais pequenos sugerimos um vídeo da história “A fuga da ervilha” de Pedro Seromenho, contada pelo próprio autor. Esta história conta-nos o percurso de uma ervilha pelo sistema digestivo.




Boas leituras!

domingo, 25 de outubro de 2020

Receitas literárias

Os alunos do 7º B foram desafiados, no âmbito da Comemoração do dia Mundial da Alimentação, nas disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento e de Português, em articulação com o PES e a Biblioteca Escolar, a preparar uma receita saudável com fruta. Em família todos se inspiraram e registaram o momento final com um livro a gosto! O resultado não se fez esperar e não defraudou as expectativas!

Muitos parabéns à professora Lina Rodrigues e a todos os alunos pela originalidade da proposta, pela iniciativa, pela criatividade e empenho!

Boas leituras e deliciem-se com estas iguarias tão apetitosas!


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Dia da Alimentação na Póvoa de Abraveses

No âmbito da celebração da Semana da Alimentação, a Biblioteca Escolar da EB Póvoa de Abraveses saiu fora de portas e foi visitar as salas de aula. Os alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo assistiram à apresentação de duas histórias distintas que versam a temática. As crianças da educação pré-escolar e 1.º ano ouviram “O Nabo Gigante” de Aleksei Tolstoi e os alunos do 2.º, 3.º e 4.º anos a história “Sementes de Macarrão” de Luísa Ducla Soares.

Ambas as histórias abordam a forma como se cultivam diferentes alimentos e podem ainda contribuir para uma alimentação saudável. Para concluir esta atividade, os alunos fizeram uma pequena ficha e pintaram um desenho associando alimentos saudáveis, menos saudáveis e outros que não fazem parte da nossa roda alimentar.

Boa alimentação e boas leituras!


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

José Saramago

            Vinte e dois anos após a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, a Biblioteca Escolar relembra a obra de José Saramago.

Corria o ano de 1998, quando a 8 de outubro, José Saramago foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura. Com uma vasta e maravilhosa obra, José Saramago, nascido na pequena vila de Azinhaga, no concelho da Golegã, sempre foi fascinado pelo mundo dos livros. Esse fascínio levou-o a passar as noites na antiga Biblioteca Municipal Central, hoje conhecida como Biblioteca Municipal Palácio Galveias. 

Para além dos títulos existentes nas nossas bibliotecas escolares, que poderás consultar no catálogo das mesmas (disponível em: http://bibliotecas.aeviseunorte.pt:8080/Opac/Pages/Search/Results.aspx?SearchText=Saramago,%20Jos%c3%a9&Operator=&Profile=Default&DataBase=105250_BIBLIO), deixamos-te um vídeo com a história “A Maior Flor do Mundo”.   


A Maior Flor do Mundo from Fundação Jose Saramago on Vimeo.


“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?

                                                           José Saramago, em “A Maior Flor do Mundo”

Se tiveres curiosidade em ler o comunicado à imprensa sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, clica na imagem que se segue: 







segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Implantação da República em Portugal

Sabias que:

- o 5 de outubro assinala o fim da monarquia no nosso país;

- Portugal foi dos primeiros países da Europa a tornar-se república e a abdicar da monarquia;

- o governo provisório, que ficou a governar Portugal depois da Revolução, era chefiado por Teófilo Braga;

- após a revolução, alterou-se a bandeira, a moeda e o hino nacional;

- a Guarda Nacional Republicana nasceu após a revolução, tornando-se no novo corpo de defesa pública nacional;

- o antigo hino nacional, que vigorou entre 1826 e 1910 chamava-se “A Carta”.

Para descobrires mais sobre esta efeméride visualiza os vídeos do programa da RTP, Zig Zag “Conta-me História”. 


Implantação da República Portuguesa – O regicídio



Implantação da República Portuguesa – A bandeira

 

Implantação da República Portuguesa – O hino nacional



Por último, porque a ler também se aprende, deixamos-te uma sugestão de leitura disponível no Instituto Camões, “Era uma vez um Rei…”, uma coleção do Expresso. Clica na imagem, seleciona o último livro e descobre a história do Rei D. Carlos. 




quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Leitur@s de outono

O outono começou a 22 de setembro e terminará a 21 de dezembro. Nesta estação que coincide praticamente com o início das aulas, deixamos algumas sugestões de leitura disponíveis nas bibliotecas escolares.


Livro de poesia sobre o outono. 



SINOPSE

«Chamaram-lhe alguns, a obra-prima do autor. E num prefácio que andou durante muito tempo colado ao seu "Arranca-Corações", Raymond Queneau não hesitava perante o rótulo hierarquizante e audacioso: "o mais pungente dos romances de amor contemporâneos".»



 SINOPSE

Quando vem o Outono, o Poeta costuma dizer:

- Gosto de fechar os olhos e ouvir um piano a tocar na casa isolada e abandonada que é o meu espírito.

- A mim, o Outono faz-me lembrar um lagarto que rasteja no meio das folhas caídas e não se cansa de as pintar com os seus lápis de cor - dizia a Criança que a cada passo se encontrava com o Poeta para conversar e olhar a chegada do Outono.




SINOPSE

Quando os revolucionários entram no enorme palácio em ruínas encontram o corpo do ditador em decomposição numa emaranhada anarquia onde se misturam o passado e o presente. Um presente já perdido e desfeito, um passado de uma riqueza inimaginável num palácio pejado de ministros, guarda-costas e criados que mantinham o ditador precariamente equilibrado no poder, e também uma imensidão de mulheres e crianças e um sósia cuja perfeição provocava graves crises de identidade em ambos.

A atmosfera é de sonho, mesmo de pesadelo, real, vibrante e sensualmente exata, ao mesmo tempo vaga e inacreditável. Um romance extraordinário, uma escrita densa, rica e brilhante por um dos mais originais e dotados escritores do nosso tempo.



SINOPSE

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 2.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

É um livro com atividades pré-escolares e textos em verso, totalmente ilustrado. As atividades são mais do que muitas, mas não implicam escrever ou pintar no livro.



SINOPSE

Num belo dia de Outono o Sapo encontra um ursinho perdido na floresta e leva-o para casa para ser seu amigo. A Lebre diz-lhe que o ursinho é um brinquedo que nem sequer sabe falar, mas o Sapo diz que o vai ensinar. E, para grande surpresa dos outros animais, o urso aprende mesmo! Andam sempre juntos e são grandes amigos. Mas um dia o Ursinho diz que se vai embora. O Sapo fica inconsolável. Será que o Ursinho nunca mais volta?


SINOPSE

O Pipim, a Nicas e os pais foram passar um fim-de-semana à casa de campo. Como o percurso era bastante longo, o pai foi -lhes falando sobre as estações do ano: a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno. Através de histórias maravilhosamente ilustradas, é dado a conhecer aos mais novos o que caracteriza cada uma das estações do ano de uma forma lúdica. Parte com o Pipim e os seus amigos à descoberta de um maravilhoso mundo de aventuras, cheio de alegria, amizade e brincadeiras. Um mundo de muitas cores, traçado com delicadeza e ternura, onde tudo é possível.



SINOPSE

Tal como Marco Polo, no último parágrafo de As Cidade Invisíveis (Italo Calvino), o autor de A Cor das Faias submerge na ideia de que o Inferno, os Infernos, não são coisa do futuro nem dos mortos. Bem pelo contrário, estão aqui e agora, entre nós, no mundo dos vivos. Neles se enredam as personagens do romance. Nesta obra, o Inferno materializa-se no mundo rural, num ermo remoto e isolado, perto e longe ao mesmo tempo de tudo e de todos. Para isso, a família de Bráulio, de Fini e dos seus numerosos filhos, tendo ficado sozinhos como únicos moradores da aldeia de La Loma, acabam por constituir um microcosmo no qual se desenrolará (como no eterno campo de batalha) a luta encarniçada entre as forças primígenas da vida e o amor, e a morte, e o ódio, e a força do sangue, e o destino, e a paixão, e a vingança… 

Boas leituras!

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sugestão de leitura (18-06-2020)



Jean Perdu é proprietário de um negócio tão especial quanto extraordinário: a Farmácia Literária, uma livraria instalada num barco atracado no rio Sena, em Paris. Ao invés de vender medicamentos, receita livros como remédio para os males da alma. Porém, embora saiba aliviar a dor dos outros, não consegue atenuar a sua própria dor.”

Hoje a Biblioteca Escolar decidiu partilhar um excerto do livro O Livreiro de Paris, de Nina George, que nos conta a história de um proprietário de uma farmácia muito especial e que nos faz viajar através dos livros e pelo poder que estes têm.

“…- Não - voltou a dizer Monsieur Perdu, na manhã seguinte. - Este livro, prefiro não lho vender. 
            Cuidadosamente, tirou A Noite das mãos da cliente. De todos os romances do seu barco-livraria, chamado Farmácia Literária, ela tivera logo que escolher o malfadado bestseller de Maximilian, aliás Max Jordan. O dono das orelheiras do terceiro andar da Rue Montagnard. 
            A cliente olhava agora para o livreiro com um ar perplexo. 
            - Mas porquê? 
            - Max Jordan não combina consigo.    
            - Max Jordan não combina comigo?
            - Exato. Não faz o seu género. 
            - O meu género. Ha-ha! Peço desculpa, mas permita-me que lhe digaque vim ao seu barco-livraria à procura de um livro. E não de um marido, mon cher Monsieur.        
            - Com todo o respeito: o que a senhora lê é, a longo prazo, mais decisivo do que o homem com quem casa, ma chère Madame.  
            Ela olhou para ele com os olhos semicerrados. 
- Dê-me o livro, guarde o dinheiro e podemos os dois fingir que está um belo dia. 
- Mas hoje está um belo dia, amanhã provavelmente começa o verão, mas, este livro, não o vai levar. Não serei eu a vender-lho. Posso sugerir-lhe , pois pode alguns outros?
- Ah? Para me convencer a levar um clássico velhíssimo, porque não tem paciência para o atirar pela borda fora, pois pode envenenar os peixes? - Tinha começado num tom baixo, que foi sempre aumentando.    
- Livros não são ovos. Só porque um livro já tem uns quantos anos não significa que fica fora do prazo de validade. - O tom de Monsieur Perdu também se tornou mais cortante. - E além disso, o que é que significa velho? A idade não é uma doença. Todos envelhecemos, também os livros. Mas será que a senhora, seja quem for, tem menos valor, menos importância, só porque já está há algum tempo neste mundo? 
- É ridículo como está a distorcer as coisas só porque acha que não mereço essa porcaria de A Noite
A cliente - ou melhor: a não-cliente - atirou o porta-moedas para dentro da mala cara, correu o fecho-éclair, mas este encravou. 
Perdu sentiu algo crescer dentro de si. Um sentimento selvagem, de fúria, tensão - só que, claro, nada tinha nada a ver com aquela mulher. Mesmo assim não conseguiu manter a boca fechada. Foi atrás dela, enquanto ela percorria o interior do barco com uma passada pesada e furiosa e gritou por entre estantes na luz de crepúsculo: 
- A escolha é sua Madame! Pode ir-se embora e cuspir-me em cima. Ou então pode, a partir deste preciso momento, evitar mil horas de futuro sofrimento. 
- Muito agradecida, acho que já tomei a minha decisão. 
- Ao entregar-se à proteção dos livros, em vez de se perder nas relações com homens, que de uma maneira ou outra a subestimam, ou nas loucuras das dietas estúpidas, porque para um homem não é suficientemente magra e para outro não é suficientemente inteligente. 
Ela estacou em frente das grandes janelas que davam para o Sena e olhou para Perdu com um olhar faiscante. 
- Como é que se atreve!
- Os livros protegem-na da estupidez. De falsas esperanças. De homens falsos. Revestem-na de amor, força e sabedoria. É vida por dentro. Agora escolha. Livro ou…   
Antes que pudesse terminar a frase, passou por eles um vapor turístico. Junto à balaustrada, um grupo de chineses por baixo de guarda-chuvas. Começaram a fotografar intensamente quando viram a famosa farmácia literária flutuante de Paris. O navio a vapor lançou dunas de água esverdeadas contra a margem, o barco-livraria oscilou. 
A cliente cambaleou em cima dos seus chiques saltos altos. Mas em vez de lhe estender a mão, Perdu estendeu-lhe A Elegância do Ouriço
Por reflexo, ela deitou a mão ao livro e agarrou-se a ele. 
Perdu não o largou, enquanto, já num tom tranquilizador e não muito alto, falava para a desconhecida. 
- Precisava de um quarto só para si. Não demasiado luminoso, com uma gatinha nova para lhe fazer companhia. E este livro, que fará o favor de ler com calma. Para que possa descansar entre a leitura. Vai refletir muito e provavelmente também vai chorar. Por si. Pelos anos. Mas depois vai sentir-se melhor. Vai perceber que não tem de morrer agora, mesmo que sinta isso, depois de o tipo não ter sido decente. E vai voltar a gostar de si própria e deixar de se sentir feia e ingénua. 
Só depois de dar aquelas instruções é que largou o livro. 
A cliente fitou-o. O susto estampado no seu olhar indicou-lhe que tinha acertado. Com bastante precisão. 
Ela deixou então cair o livro. 
- Você está completamente louco - sussurrou, rodopiou sobre os saltos e saiu disparada, atravessando o interior do barco até ao cais.”         

Excerto do livro O Livreiro de Paris, de Nina George.  

Boas Leituras!