terça-feira, 27 de outubro de 2020

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

Inseridas no bem-estar emocional, hoje, as leituras são dedicadas à felicidade.

Será a felicidade igual para todos?

Seremos todos felizes com o mesmo? 

Conseguiremos alcançar a felicidade da mesma forma?

 

“Pronto. Eu respondi a todas as tuas questões, e a minha vida para ti não tem segredos. Tu conheces a minha história de amor. E todas estas pessoas que não cessam de percorrer o meu coração pela noite. Sim, eu sou muito rica, como tu dizes. Rica pelo que eu vivi, rica pelo amor que eu conheci, rica por também te ter, tu, minha neta querida e a minha melhor amiga. O que é a felicidade, perguntas-me tu? Eu não sei. Nunca me pus a questão. Mas de uma coisa tenho a certeza: eu conheci-a. Ou mais exatamente, eu vivi momentos de felicidade. Para mim, a felicidade não é qualquer coisa de abstrato, mas a acumulação de momentos felizes que a vida me reservou e me restará, inumeráveis. A questão é de não os deixar cair, e vivê-los plenamente. Quando revi o teu avô Jing-Ming, fiquei feliz; quando soube que estava grávida, fiquei feliz; quando soube que estava grávida, fiquei feliz; quando saboreava as massas de arroz da tia Liu, ficava feliz; quando a tua mãe nasceu, fiquei feliz: quando vi os seus primeiros dentes, fiquei feliz; quando a via grande, bela e alegre, ficava feliz; quando preparei a refeição de núpcias no dia do seu casamento, fiquei feliz; quando ouvia a ópera Gui, ficava feliz; quando encontrava uma bela frase na minha leitura, ficava feliz; quando regressava a casa, após um dia de trabalho, ficava feliz; quando entrei, pela primeira vez na vida, numa sala de cinema, fiquei feliz; quando tomei conhecimento do nascimento de Ming-Ming, fiquei feliz; quando beijei as tuas pequenas bochechas rosadas de bebé, fiquei feliz; quando trouxeste o teu pai a casa, fiquei feliz; quando o teu sonho de seres médica se tornou realidade, fiquei feliz; quando passeávamos pelo caminho à beira do lago e no Jardim das Plantas Medicinais, ficava feliz; quando, finalmente, tivemos notícias do teu irmão, fiquei feliz; quando recebi a carta do teu avô, fiquei feliz… São estes momentos luminosos e tantos outros, às vezes muito breves, mas sempre tão reais, tão palpáveis e tão essenciais como o sal e o arroz, que adoçaram os rudes golpes do destino e que me fizeram sentir que, apesar de tudo, a vida vale a pena ser vivida…”

Wei-Wei, em a cor da felicidade. 

 

Porque rir é também uma forma de felicidade, decidimos partilhar com os mais pequenos o poema “Tudo ao contrário”, do livro Poemas da Mentira e da Verdade, de Luísa Ducla Soares.




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