quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Confinamento em palavras

Os alunos do 7.º B, nas aulas de Português e Cidadania e Desenvolvimento da docente Lina Rodrigues, partilharam experiências e emoções vivenciadas durante o confinamento. Esta atividade resultou numa partilha verdadeira e testemunho sentido sobre um tempo em que a nossa casa passou a ser o único lugar onde tudo aconteceu. 

Obrigada aos alunos e docente pela partilha e pelo trabalho realizado!


“Para mim, o confinamento…

… foi como viver preso dentro da minha própria casa! Deixei de ir à rua com medo da Covid-19.

… foi muito difícil e triste de viver. Nessa altura da minha vida, sentia-muito sozinho!

… foi de medo, mas tudo fiz para o ultrapassar, inclusive seguir as recomendações da DGS.

… fiquei isolado em casa. Tive aulas virtuais, o que me deixava saudades da escola e passava muitas horas à frente do ecrã, o que me provocava dores de cabeça.

… foi muito chato, pois não víamos os nossos colegas presencialmente!

… foi muito difícil passar tantos meses sem os meus familiares e amigos! Mas teve um aspeto muito positivo: ajudei a minha família nas tarefas domésticas.

… foi uma experiência muito diferente e vai ficar marcada na minha vida para sempre!

… teve um impacto positivo e negativo. Positivo, porque a relação com os meus pais melhorou, devido aos meses que passamos juntos. E negativo, pois os meus horários e a minha rotina mudaram radicalmente!

… foi muito estranho…tudo mudou!

… permitiu-me aprender várias coisas, como valorizar a minha família e o que tenho!

… foi horrível e nunca mais quero voltar a viver outra situação igual. Muitas vezes, não conseguia aceder às aulas online, pois o meu portátil não funcionava!”

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

A pandemia e a poesia

Em português, os alunos da turma do 7.º BD foram desafiados, pela docente Ana Emília, a criar um poema sobre a situação atual. No fundo todos os “poetas” sentiram as palavras que escreveram e sentem na primeira pessoa o que transmitiram.

Partilhamos alguns dos poemas produzidos e felicitamos todos os alunos e a docente pelo trabalho e pela partilha.

Vamos acreditar que tudo vai passar e vamos ficar bem!

 

Vamos encarar este tempo

que estamos a atravessar

como um intervalo na vida,

uma oportunidade para pensar e repensar

os verdadeiros valores da vida.

Muitos perderam familiares

Outros perderam amigos,

o que não podemos perder

é a esperança,

porque nos dá confiança

para continuar

a viver.

Santiago

 

 

A Pandemia

Para a pandemia acabar

Vamos ter de nos esforçar

Para a vida não parar

E as máscaras não largar.

 

Ao vírus temos de nos habituar

Pra em casa não ficar.

Ir à escola para aprender

E a vida não esquecer.

 

Beijinhos e abraços, agora, não …

De preferência não tocar no corrimão.

Tudo vai correr melhor

E adeus ao pior.

André

 

 

Este vírus trouxe insegurança,

Mas não se pode perder a esperança.

Dias melhores virão

Pois havemos de arranjar solução.

 

Estamos todos muito tristes,

Às vezes, com vontade de chorar,

Mas a pandemia veio

Também para nos ensinar.

 

Ensinar a ter paciência,

Ensinar a respeitar

E quando isto tudo passar

Vamos todos festejar.

Raquel Santos

 

 

O Covid 19

Este ano está muito diferente

Porque o covid apareceu.

Tenho que ser paciente

Para poder dizer que ele desapareceu.

 

Mas o mais importante

É não perder a esperança,

Para num instante

Ficar em segurança.

Pedro Silva

 

 

O mundo está ao contrário

Por esta ninguém esperava!

Temos mesmo de acreditar

Que é só uma fase e vai passar.

 

Agora, mais do que nunca,

Precisamos de parar,

Pensarmos uns nos outros

E no que pudermos ajudar.

 

Vai tudo ficar bem,

Não podemos perder a esperança

Usar máscara e lavar as mãos

Para bem da nossa segurança.

Maria Inês

 


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

José Saramago

            Vinte e dois anos após a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, a Biblioteca Escolar relembra a obra de José Saramago.

Corria o ano de 1998, quando a 8 de outubro, José Saramago foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura. Com uma vasta e maravilhosa obra, José Saramago, nascido na pequena vila de Azinhaga, no concelho da Golegã, sempre foi fascinado pelo mundo dos livros. Esse fascínio levou-o a passar as noites na antiga Biblioteca Municipal Central, hoje conhecida como Biblioteca Municipal Palácio Galveias. 

Para além dos títulos existentes nas nossas bibliotecas escolares, que poderás consultar no catálogo das mesmas (disponível em: http://bibliotecas.aeviseunorte.pt:8080/Opac/Pages/Search/Results.aspx?SearchText=Saramago,%20Jos%c3%a9&Operator=&Profile=Default&DataBase=105250_BIBLIO), deixamos-te um vídeo com a história “A Maior Flor do Mundo”.   


A Maior Flor do Mundo from Fundação Jose Saramago on Vimeo.


“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?

                                                           José Saramago, em “A Maior Flor do Mundo”

Se tiveres curiosidade em ler o comunicado à imprensa sobre a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, clica na imagem que se segue: 







segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Implantação da República em Portugal

Sabias que:

- o 5 de outubro assinala o fim da monarquia no nosso país;

- Portugal foi dos primeiros países da Europa a tornar-se república e a abdicar da monarquia;

- o governo provisório, que ficou a governar Portugal depois da Revolução, era chefiado por Teófilo Braga;

- após a revolução, alterou-se a bandeira, a moeda e o hino nacional;

- a Guarda Nacional Republicana nasceu após a revolução, tornando-se no novo corpo de defesa pública nacional;

- o antigo hino nacional, que vigorou entre 1826 e 1910 chamava-se “A Carta”.

Para descobrires mais sobre esta efeméride visualiza os vídeos do programa da RTP, Zig Zag “Conta-me História”. 


Implantação da República Portuguesa – O regicídio



Implantação da República Portuguesa – A bandeira

 

Implantação da República Portuguesa – O hino nacional



Por último, porque a ler também se aprende, deixamos-te uma sugestão de leitura disponível no Instituto Camões, “Era uma vez um Rei…”, uma coleção do Expresso. Clica na imagem, seleciona o último livro e descobre a história do Rei D. Carlos. 




quinta-feira, 1 de outubro de 2020

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Leitur@s de outono

O outono começou a 22 de setembro e terminará a 21 de dezembro. Nesta estação que coincide praticamente com o início das aulas, deixamos algumas sugestões de leitura disponíveis nas bibliotecas escolares.


Livro de poesia sobre o outono. 



SINOPSE

«Chamaram-lhe alguns, a obra-prima do autor. E num prefácio que andou durante muito tempo colado ao seu "Arranca-Corações", Raymond Queneau não hesitava perante o rótulo hierarquizante e audacioso: "o mais pungente dos romances de amor contemporâneos".»



 SINOPSE

Quando vem o Outono, o Poeta costuma dizer:

- Gosto de fechar os olhos e ouvir um piano a tocar na casa isolada e abandonada que é o meu espírito.

- A mim, o Outono faz-me lembrar um lagarto que rasteja no meio das folhas caídas e não se cansa de as pintar com os seus lápis de cor - dizia a Criança que a cada passo se encontrava com o Poeta para conversar e olhar a chegada do Outono.




SINOPSE

Quando os revolucionários entram no enorme palácio em ruínas encontram o corpo do ditador em decomposição numa emaranhada anarquia onde se misturam o passado e o presente. Um presente já perdido e desfeito, um passado de uma riqueza inimaginável num palácio pejado de ministros, guarda-costas e criados que mantinham o ditador precariamente equilibrado no poder, e também uma imensidão de mulheres e crianças e um sósia cuja perfeição provocava graves crises de identidade em ambos.

A atmosfera é de sonho, mesmo de pesadelo, real, vibrante e sensualmente exata, ao mesmo tempo vaga e inacreditável. Um romance extraordinário, uma escrita densa, rica e brilhante por um dos mais originais e dotados escritores do nosso tempo.



SINOPSE

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 2.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada.

É um livro com atividades pré-escolares e textos em verso, totalmente ilustrado. As atividades são mais do que muitas, mas não implicam escrever ou pintar no livro.



SINOPSE

Num belo dia de Outono o Sapo encontra um ursinho perdido na floresta e leva-o para casa para ser seu amigo. A Lebre diz-lhe que o ursinho é um brinquedo que nem sequer sabe falar, mas o Sapo diz que o vai ensinar. E, para grande surpresa dos outros animais, o urso aprende mesmo! Andam sempre juntos e são grandes amigos. Mas um dia o Ursinho diz que se vai embora. O Sapo fica inconsolável. Será que o Ursinho nunca mais volta?


SINOPSE

O Pipim, a Nicas e os pais foram passar um fim-de-semana à casa de campo. Como o percurso era bastante longo, o pai foi -lhes falando sobre as estações do ano: a Primavera, o Verão, o Outono e o Inverno. Através de histórias maravilhosamente ilustradas, é dado a conhecer aos mais novos o que caracteriza cada uma das estações do ano de uma forma lúdica. Parte com o Pipim e os seus amigos à descoberta de um maravilhoso mundo de aventuras, cheio de alegria, amizade e brincadeiras. Um mundo de muitas cores, traçado com delicadeza e ternura, onde tudo é possível.



SINOPSE

Tal como Marco Polo, no último parágrafo de As Cidade Invisíveis (Italo Calvino), o autor de A Cor das Faias submerge na ideia de que o Inferno, os Infernos, não são coisa do futuro nem dos mortos. Bem pelo contrário, estão aqui e agora, entre nós, no mundo dos vivos. Neles se enredam as personagens do romance. Nesta obra, o Inferno materializa-se no mundo rural, num ermo remoto e isolado, perto e longe ao mesmo tempo de tudo e de todos. Para isso, a família de Bráulio, de Fini e dos seus numerosos filhos, tendo ficado sozinhos como únicos moradores da aldeia de La Loma, acabam por constituir um microcosmo no qual se desenrolará (como no eterno campo de batalha) a luta encarniçada entre as forças primígenas da vida e o amor, e a morte, e o ódio, e a força do sangue, e o destino, e a paixão, e a vingança… 

Boas leituras!

sábado, 26 de setembro de 2020

Dia Europeu das Línguas

Hoje assinala-se o Dia Europeu das Línguas. Convidamos toda a comunidade a comemorar a data com uma leitura, a visualização de um filme ou um documentário, a audição de uma música, a criação de um texto... 

Basta que a multiculturalidade se misture e nos proporcione um momento de prazer.

Mais informação disponível clicando nas imagens.




sábado, 19 de setembro de 2020

Recomendações muito importantes!

As BE do Agrupamento desejam a toda a comunidade educativa um bom ano letivo!

Deixamos aqui algumas recomendações para que, face à evolução da pandemia, tudo possa correr pelo melhor!

Vamos cuidar de nós e de todos os que nos rodeiam. 



domingo, 6 de setembro de 2020

Bom regresso!

Bom regresso a toda a comunidade! 
Num ano tão atípico deixamos algumas informações úteis sobre o Coronavírus (Covid-19). 
Vamos todos fazer a nossa parte. 



COVID-19: animação produzida pela UNICEF sobre a importância de se usar máscara from Pavilhão do Conhecimento on Vimeo.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Renovações De Matrícula Automáticas Para Todos os Anos Excepto 1º, 5º E 7º Anos


Por forma a tornar mais ágil o processo de matrículas, informo V. Exa. que as renovações de matrícula (EPE, 2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 8.º, 9.º, 11.º, 12.º) passam, a partir do dia de hoje, a processar-se de forma automática, nos mesmos termos em que acontecia no ano letivo transato, com exceção de transferências de estabelecimento.

Neste contexto, importa acautelar os seguintes aspetos:

As escolas deverão assegurar-se que os Encarregados de Educação são informados pelo meio mais célere de que as renovações de matrícula passam, a partir do dia de hoje, a processar-se de forma automática, nos mesmos termos em que acontecia no ano letivo transato (esta informação será também disponibilizada através do Portal das Matrículas);

Para os alunos cujos Encarregados de Educação tenham já procedido a submissão de renovação no Portal das Matrículas, não são necessárias mais diligências, uma vez que os AE/ENA já dispõem de toda a informação e o processo está completo;

As escolas devem, nos termos do ponto 1 e no contexto da informação prestada aos Encarregados de Educação, definir forma e prazos para, oportunamente:

– recolher consentimento relativo à proteção de dados pessoais;
– apurar as opções relativas a AEC (1.º ciclo) e EMRC, bem como às disciplinas anuais de opção de 12.º ano;
– identificar as necessidades de transporte escolar;
– recolher declaração da Segurança Social para efeitos de identificação da situação de beneficiário de ASE.

Dado o atual contexto de pandemia, todos estes procedimentos devem ser realizados, preferencialmente, através de meios digitais, evitando-se, por esta via, a necessidade de deslocação à escola por parte dos Encarregados de Educação;

Todos os anos de início de ciclo, bem como as transferências, têm obrigatoriamente de continuar a tramitar no Portal das Matrículas.

João Miguel dos Santos Gonçalves

Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares



Renovações automáticas de matrículas

As renovações de matrícula para os 2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 8.º, 9.º, 11.º e 12.º anos passam a processar-se de forma automática, com exceção das transferências de estabelecimento de ensino.
Todos os anos de início de ciclo – 5.º, 7.º e 10.º anos –, bem como as transferências, continuarão a ser tramitadas no Portal das Matrículas.
Apesar de vários dias em que foram ultrapassadas as 100 mil matrículas diárias, e de já terem sido concluídas cerca de 70% do total, este procedimento vem aliviar o fluxo do Portal das Matrículas e, por conseguinte, poder melhorar a acessibilidade da página, para quem tenha de efetuar a matrícula por essa via.
Além do fluxo de acessos, associado a páginas conexas ao Portal das Matrículas que estiveram em baixo, registaram-se ataques informáticos de elevada complexidade, que estão a ser acompanhados pelo Centro Nacional de Cibersegurança, e que provocaram graves bloqueios no sistema.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Projeto Digital Learning em E@D – WordClouds (9.ºCD)


Inserido no “Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar”, os alunos do 9.ºCD, na disciplina de Inglês lecionada pela professora Raquel Sequeira, foram desafiados a produzir nuvens de palavras tendo em conta a unidade temática “Teens’ lives”. Numa das aulas síncronas os alunos aprenderam a trabalhar com a ferramenta WordArt e individualmente selecionaram palavras e produziram as respetivas nuvens de palavras. Esta atividade permitiu não só o desenvolvimento da literacia tecnológica e digital, o desenvolvimento do vocabulário em língua inglesa e o desenvolvimento das áreas de competência inseridas no perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. 
Os alunos mostraram-se muito empenhados e criativos na elaboração das nuvens de palavras.

Parabéns à professora Raquel e aos alunos pelos trabalhos produzidos.

Seguem os trabalhos produzidos que foram publicados num mural digital do Padlet


quarta-feira, 24 de junho de 2020

Os Santos Populares em E@D

No âmbito da temática dos Santos Populares, os alunos de Educação Moral e Religiosa Católica foram convidados a realizar trabalhos sobre os santos comemorados em Portugal durante o mês de junho. 
A professora Paula Rocha propôs não só a ilustração de imagens alusivas, mas também a elaboração de quadras e a realização de trabalhos com recurso a diferentes materiais. 
Muitos parabéns à professora Paula e a todos os alunos pelos trabalhos realizados, pela motivação e dedicação manifestadas e pela partilha. 

É com muito prazer que hoje, Dia de São João, divulgamos alguns dos muitos trabalhos realizados pelos alunos de EMRC. 


segunda-feira, 22 de junho de 2020

Mia Couto


Biografia

Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto – nasceu na Beira cidade capital da província de Sofala, em Moçambique – África, em 5 de julho de 1955 e é um escritor e biólogo moçambicano.

Alguma bibliografia

Contos
Nos meados dos anos 80, Mia Couto estreou-se nos contos e numa nova maneira de falar - ou "falinventar" - português, que continua a ser o seu "ex-libris". Nesta categoria de contos publicou:
Vozes Anoitecidas (1.ª ed. da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1986; 1ª ed. Caminho, em 1987; 8ª ed. em 2006; Grande Prémio da Ficção Narrativa em 1990, ex aequo).
Cada Homem é uma Raça (1ª. ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005)

Crónicas
Para além disso, publicou em livros algumas das suas crónicas, que continuam a ser coluna num dos semanários publicados em Maputo, capital de Moçambique.
Cronicando (1.ª ed. em 1988; 1.ª ed. da Caminho em 1991; 7ª ed. em 2003; Prémio Nacional de Jornalismo Areosa Pena, em 1989).

Romances
E, naturalmente, não deixou de lado o género romance, tendo publicado as obras:
Mar Me Quer (1.ª ed. Parque EXPO/NJIRA em 1998, como contribuição para o pavilhão de Moçambique na Exposição Mundial EXPO '98 em Lisboa; 1ª ed. da Caminho em 2000; 8ª ed. em 2004).  


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sugestão de leitura (18-06-2020)



Jean Perdu é proprietário de um negócio tão especial quanto extraordinário: a Farmácia Literária, uma livraria instalada num barco atracado no rio Sena, em Paris. Ao invés de vender medicamentos, receita livros como remédio para os males da alma. Porém, embora saiba aliviar a dor dos outros, não consegue atenuar a sua própria dor.”

Hoje a Biblioteca Escolar decidiu partilhar um excerto do livro O Livreiro de Paris, de Nina George, que nos conta a história de um proprietário de uma farmácia muito especial e que nos faz viajar através dos livros e pelo poder que estes têm.

“…- Não - voltou a dizer Monsieur Perdu, na manhã seguinte. - Este livro, prefiro não lho vender. 
            Cuidadosamente, tirou A Noite das mãos da cliente. De todos os romances do seu barco-livraria, chamado Farmácia Literária, ela tivera logo que escolher o malfadado bestseller de Maximilian, aliás Max Jordan. O dono das orelheiras do terceiro andar da Rue Montagnard. 
            A cliente olhava agora para o livreiro com um ar perplexo. 
            - Mas porquê? 
            - Max Jordan não combina consigo.    
            - Max Jordan não combina comigo?
            - Exato. Não faz o seu género. 
            - O meu género. Ha-ha! Peço desculpa, mas permita-me que lhe digaque vim ao seu barco-livraria à procura de um livro. E não de um marido, mon cher Monsieur.        
            - Com todo o respeito: o que a senhora lê é, a longo prazo, mais decisivo do que o homem com quem casa, ma chère Madame.  
            Ela olhou para ele com os olhos semicerrados. 
- Dê-me o livro, guarde o dinheiro e podemos os dois fingir que está um belo dia. 
- Mas hoje está um belo dia, amanhã provavelmente começa o verão, mas, este livro, não o vai levar. Não serei eu a vender-lho. Posso sugerir-lhe , pois pode alguns outros?
- Ah? Para me convencer a levar um clássico velhíssimo, porque não tem paciência para o atirar pela borda fora, pois pode envenenar os peixes? - Tinha começado num tom baixo, que foi sempre aumentando.    
- Livros não são ovos. Só porque um livro já tem uns quantos anos não significa que fica fora do prazo de validade. - O tom de Monsieur Perdu também se tornou mais cortante. - E além disso, o que é que significa velho? A idade não é uma doença. Todos envelhecemos, também os livros. Mas será que a senhora, seja quem for, tem menos valor, menos importância, só porque já está há algum tempo neste mundo? 
- É ridículo como está a distorcer as coisas só porque acha que não mereço essa porcaria de A Noite
A cliente - ou melhor: a não-cliente - atirou o porta-moedas para dentro da mala cara, correu o fecho-éclair, mas este encravou. 
Perdu sentiu algo crescer dentro de si. Um sentimento selvagem, de fúria, tensão - só que, claro, nada tinha nada a ver com aquela mulher. Mesmo assim não conseguiu manter a boca fechada. Foi atrás dela, enquanto ela percorria o interior do barco com uma passada pesada e furiosa e gritou por entre estantes na luz de crepúsculo: 
- A escolha é sua Madame! Pode ir-se embora e cuspir-me em cima. Ou então pode, a partir deste preciso momento, evitar mil horas de futuro sofrimento. 
- Muito agradecida, acho que já tomei a minha decisão. 
- Ao entregar-se à proteção dos livros, em vez de se perder nas relações com homens, que de uma maneira ou outra a subestimam, ou nas loucuras das dietas estúpidas, porque para um homem não é suficientemente magra e para outro não é suficientemente inteligente. 
Ela estacou em frente das grandes janelas que davam para o Sena e olhou para Perdu com um olhar faiscante. 
- Como é que se atreve!
- Os livros protegem-na da estupidez. De falsas esperanças. De homens falsos. Revestem-na de amor, força e sabedoria. É vida por dentro. Agora escolha. Livro ou…   
Antes que pudesse terminar a frase, passou por eles um vapor turístico. Junto à balaustrada, um grupo de chineses por baixo de guarda-chuvas. Começaram a fotografar intensamente quando viram a famosa farmácia literária flutuante de Paris. O navio a vapor lançou dunas de água esverdeadas contra a margem, o barco-livraria oscilou. 
A cliente cambaleou em cima dos seus chiques saltos altos. Mas em vez de lhe estender a mão, Perdu estendeu-lhe A Elegância do Ouriço
Por reflexo, ela deitou a mão ao livro e agarrou-se a ele. 
Perdu não o largou, enquanto, já num tom tranquilizador e não muito alto, falava para a desconhecida. 
- Precisava de um quarto só para si. Não demasiado luminoso, com uma gatinha nova para lhe fazer companhia. E este livro, que fará o favor de ler com calma. Para que possa descansar entre a leitura. Vai refletir muito e provavelmente também vai chorar. Por si. Pelos anos. Mas depois vai sentir-se melhor. Vai perceber que não tem de morrer agora, mesmo que sinta isso, depois de o tipo não ter sido decente. E vai voltar a gostar de si própria e deixar de se sentir feia e ingénua. 
Só depois de dar aquelas instruções é que largou o livro. 
A cliente fitou-o. O susto estampado no seu olhar indicou-lhe que tinha acertado. Com bastante precisão. 
Ela deixou então cair o livro. 
- Você está completamente louco - sussurrou, rodopiou sobre os saltos e saiu disparada, atravessando o interior do barco até ao cais.”         

Excerto do livro O Livreiro de Paris, de Nina George.  

Boas Leituras!