Texto
Dramático
A
partir desta imagem, foi sugerido aos alunos que criassem um pequeno texto
dramático tendo em conta as suas características.
Na
primeira semana dedicar-se-iam a uma cena inicial e, na segunda semana
escreveriam a segunda cena e finalizariam a sua peça. Surgiram histórias muito
engraçadas dignas de ser publicadas no blogue e que nos mostram que, mesmo em
casa confinada, a imaginação continua à solta.
Esta
semana, a docente de Português, Ana Balula, partilhou três dos textos
produzidos.
A
timidez combatida neste E@D alia-se à garra, à partilha, à colaboração, ao
empenho e ao interesse de todos os alunos. Também a colaboração da professora
Fátima Amaral tem sido preponderante no processo de ensino/aprendizagem e,
consequentemente, na qualidade dos trabalhos do Rodrigo.
Parabéns
a todos os alunos e docentes pelo excelente trabalho! Em E@D, o reconhecimento
pelo vosso trabalho e empenho é a dobrar.
Medo do palco
Cena 1
(O CÃO
e o CAVALO
estão no palco, em frente às câmaras)
CAVALO: Olá, meninos. Está tudo
bem?
CÃO: Psst! CAVALO? (sussurrando) Não sei se sabes… mas não
está aqui ninguém!
CAVALO: É claro que sei, mas,
apesar de não estarem aqui, estão a ver-nos em casa! Falámos disto lá atrás…
CÃO: Aaaaaa! Pois é… eu
lembro-me! Desculpa.
CAVALOOOOO…
CAVALO: Diz CÃO!!! (já um pouco zangado pelo CÃO
estar sempre a interromper)
CÃO: (murmurando)
Não
sei se é boa altura para te dizer que tenho medo do palco…
CAVALO: O quê? Mas eu perguntei-te
se estava tudo bem… disseste que eram só os nervos. Não disseste nada sobre
medo do palco… (já mais zangado. Respirou
fundo três vezes e ficou mais calmo)
Muito bem… inspira e expira três
vezes, pensa que ninguém te está a ver e que estás apenas num ensaio
completamente normal e, pensa também, que as câmaras não estão a gravar.
(depois de fazer o que o amigo disse)
CÃO: (depois
de fazer o que o amigo disse) Já me sinto muito melhor! (e dando um abraço ao amigo) Obrigado
CAVALO! És o melhor amigo que um cão podia ter. Muito obrigado!
Cena 2
(entram o SAPO, o PIRATA e a SRA. SUSANA agitados com a
algazarra)
SRA. SUSANA: Então?
O que é que se passa aqui? Só se consegue ouvir gritos, lá atrás!
CAVALO: Desculpem! É que o CÃO
descobriu que tem medo do palco e eu… bem… tu sabes!
PIRATA: Mas se ele tem medo do
palco, não podes simplesmente ficar chateado. Tens que aceitar. Todos temos as
nossas diferenças…
CAVALO: Eu sei! Mas depois
arranjei uma forma de me acalmar e disse-lhe o que fazer para se acalmar
também.
CÃO: É verdade! Agora já me
sinto muito mais confortável à frente das câmaras… (intervindo envergonhado)
SAPO: Mas vamos lá começar
isto, ou não?
CAVALO: Agora tu, SAPO? Estes
problemas todos fazem parte do nosso teatro!
PIRATA: Sim… como se não
soubesses!
SRA. SUSANA: Acalmem-se
todos. Mas o PIRATA tem razão… em todos os ensaios fizemos as mesmas coisas, e
não te lembras?
CÃO: Impressionante…
SAPO: Agora já me lembro!
Estava a dar-me uma branca. (rindo-se) Acontece
muitas vezes…
SRA. SUSANA: Não te
preocupes! Pode acontecer a qualquer um.
SAPO: Obrigado a todos! Foi
muito divertido.
(dizendo
em coro) Esperamos que tenham gostado! (despedindo-se).
Fim
Margarida Santos, 8.º D
A tripulação e o livro desvairado
Estava
Luisinha, no seu quarto, a ler o seu livro preferido do pirata azarado. Está a
anoitecer, Luisinha está deitada sobre a cama iluminada por uma pequena luz
sobre o livro. Ao fundo houve-se um homem a gritar e Luisinha sente o seu livro
a estremecer. Vai até à janela.
Pirata azarado (aos berros):
Mexe-te criatura, não fiques a olhar assim para mim. Não deixes o navio pousado
na cama e entra a bordo.
Luisinha (assustada): Mas,
mas o que é isto? De onde vem esta voz? Quem chama? Não percebo por que razão o
livro está a estremecer.
Luisinha
aproxima-se novamente do seu livro e, de repente…
Luisinha (atrapalhada):
O que é que se passa? Como entrei aqui?
Cavalo esbugalhado (a rir-se): Ora
esta, estás agora com tanto medo e andas sempre a viajar nestas páginas! Não
percebo.
Bolt, o cão (dirigindo-se a Luisinha): Não
tenhas medo, esta não é a nossa primeira viagem. Costumas chegar mais
bem-disposta. Não te assustes com o pirata, já sabes que ele gosta de tudo à
sua maneira
Pirata azarado (à procura): O
sapito, onde está o sapito? Só nos falta ele para prosseguir a nossa jornada.
O sapo
aparece mesmo por detrás do pirata azarado
Sapo: Estou aqui, já estava
com saudades de estarmos todos juntos.
Pirata azarado (com voz firme, dirige-se à tripulação): Agora
que já estamos todos reunidos já podemos prosseguir a nossa aventura.
Luisinha (mesmo
sem perceber nada do que estava à sua volta): Todos
reunidos, como assim? Vamos para onde? Porque é que o livro está a ondular?
Bolt, o cão e Cavalo esbugalhado (em coro): Calma
princesa, reages sempre da mesma maneira, já sabes que o segredo reside sempre
na mesma palavra, CONFIANÇA.
E partem na aventura…
Cena II
Luisinha
está assustada, mas ao mesmo tempo, com o olhar fixo num balão que por ali
andava, sente-se entusiasmada por partir ao suposto desconhecido
Pirata azarado: Ó
rapariga, estás a olhar para onde? Não sabes que o teu lugar é ao leme deste
livro? Daqui a nada as palavras misturam-se e não há quem se entenda.
Luisinha (gaguejando por estar assustada): sssssiimmm, sssiiimm, meu capitão
é para já. Por acaso não posso ser substituída pelo Bolt ou pelo cavalo?
Bolt e o cavalo esbugalhado (em coro):
Nada
disso, estás-te a passar, depois as coisas correm mal e sobra para nós. Cada
macaco no seu galho. Tu fazes o teu trabalho e nós fazemos o nosso.
O
sapito olha para eles com se nada fosse e refugia-se dentro de um barril que se
encontra no convés.
Luisinha: Mas,
afinal, para onde é que eu dirijo esta geringonça?
Pirata azarado (irritado):Hoje não estás bem rapariga,
então já te esqueceste para onde vamos e o que tanto procuramos? Com tanta
distração ainda embatemos em algum recife.
Luisinha
cada vez percebia menos do que se passava, sentia-se com muitas
responsabilidades sem sequer saber como tinha ido ali parar. Começou a mexer no
leme e instala-se um barulho ensurdecedor…
Luisinha: Mas o
que é que se passa, não consigo ouvir para além deste barulho que me está a
enlouquecer!!!!
Pirata azarado (furioso): Não
consegues, como não? Foste tu que nos enfiaste nesta enrascada e agora não nos
ouves.
A
restante tripulação corre de um lado para o outro, como se não soubesse o que
fazer. Todos pareciam perdidos, todos pareciam aterrorizados. Entretanto
ouve-se uma voz doce, ao longe:
-
Luisinha, Luisinha, acorda, está na hora de ira para a escola.
Luisinha (assarapantada):
Escola, como assim escola? E o navio, e o pirata? E o livro desvairado?
Luisinha
abre os olhos e vê o livro caído sobre o tapete azul. O livro está escancarado
e as folhas parecem humedecidas, tal como o seu pijama do unicórnio. As
ilustrações parecem assustadas.
Luisinha
fica pasmada. Porque estava o seu pijama molhado com cheiro a mar? Porque
parecia o livro pedir ajuda? Onde estava o pirata que tanto discutia? Luisinha
amanhece na dúvida.
As
luzes do quarto de Luisinha vão-se lentamente e, ao longe ouve-se o autocarro
escolar a chegar.
Guilherme; Inês e Tiago – 8.º E
Esta
história sai de um livro que estava em cima da mesa…
Personagens: sapo,
pirata, menino.
A cena
passa-se numa praia, junto ao mar, com um barco, perto de uma aldeia.
Um
pirata chega num barco e atraca na praia, junto à sua aldeia. Lá está um menino
à espera dele.
O
pirata está vestido com calças curtas e remendadas. Tem um chapéu na cabeça, um
olho tapado e traz uma espada na mão.
Pirata (entra maldisposto e
dirige-se ao menino) - Que estás a fazer aqui?!
(Um sapo entra em cena aos saltos) -
Splach, Splach, Splach...
Sapo (feliz,
dirige-se para o pirata) - Deixa-nos em paz!
Pirata (com
voz grossa) - Venho ver o que se passa nesta aldeia! Ouvi dizer que aqui se
portam mal!!! E que este rapaz tem partido vidros e destruído muitas coisas!!!
Tem que ser castigado!
O pirata
rapta o menino e tenta levá-lo para o barco.
Menino (o
menino aflito, grita) - Deixa-me! Tira-me daqui! Eu prometo não fazer mais
nada de mal!…
Pirata (vira-se
para o menino, com a espada na mão) - Não voltes a fazer asneiras! Da
próxima, não te desculpo!
O
pirata deixa o menino e foram os dois a cavalo para a aldeia. Levaram o sapo
com eles e foram para a festa, onde todos dançaram.
Final
da cena
Rodrigo, 8.º D
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